quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Elementar Meu Caro Watson...

Hoje eu comecei a ler "Um Estudo em Vermelho", livro de Conan Doyle, no qual marca a primeira aparição de, nada mais nada menos que Sherlock Holmes.

Se você nunca leu as histórias desse "excêntrico mestre da dedução", corra pra livraria mais próxima, porque vale muito a pena!

Ainda não terminei o livro, aliás, estou beeem no início (no meio do capítulo 3, pra ser mais exato), mas uma passagem me chamou a atenção em especial. Um diálogo entre Sherlock e Watson, alguns dias depois de terem se conhecido, no qual Watson tenta descobrir algo sobre a vida e a profissão do homem com quem divide as contas da nova residência em Baker Street. Durante a conversa narrada por Watson, Sherlock explica o seu ponto de vista, deveras exótico, sobre o acúmulo de informações que guardamos no decorrer da vida:

"A sua ignorância era tão extraordinária quanto o seu saber. Sobre literatura, filosofia e política contemporânea, parecia não saber quase nada. Quando citei certa vez Thomas Carlyle, ele me perguntou com a maior ingenuidade quem ele era e o que tinha feito. Mas a minha surpresa atingiu o clímax, quando descobri incidentalmente que ele desconhecia a teoria copernicana e a composição do Sistema Solar. Que um ser humano civilizado não soubesse que a Terra se movia ao redor do Sol, era parar mim um fato tão extraordinário que mal podia compreendê-lo.

- Você parece espantado - disse ele, sorrindo da minha expressão de surpresa. - Agora que já sei essa informação, farei o possível para esquecê-la.

- Esquecê-la!?

- Veja - explicou -, acho que o cérebro do homem é originalmente como um pequeno sótão vazio, que temos de abastecer com a mobília que escolhemos. Um tolo pega todo e qualquer traste velho que encontra pelo caminho, de modo que o conhecimento que poderia ser útil fica de fora por falta de espaço, ou, na melhor das hipóteses, acaba misturado com uma porção de outras coisas, o que dificulta o seu possível emprego. Mas o trabalhador de talento é muito cuidadoso a respeito do que coloca no seu sótão-cérebro. Só acolhe as ferramentas que podem ajudá-lo a realizar o seu trabalho, mas dessas ferramentas ele tem uma enorme coleção, e tudo disposto na mais perfeita ordem. É um erro pensar que o pequeno quarto tem paredes elásticas e pode se distender em qualquer dimensão. Acredite, chega uma época em que para cada novo conhecimento é preciso esquecer alguma cosia que se conhecia antes. É da maior importância portanto, n~çao ter fatos inúteis empurrando para fora os úteis.

- Mas e o Sistema Solar!? - protestei.

- Que me importa? - interrompeu impacientemente. - Você diz que giramos ao redor do Sol. Se girássemos ao redor da Lua, não faria a menor diferença para mim ou para o meu trabalho."

Foi só um trecho pra vocês ficarem na vontade. Corram atrás dos livros galera! Diversão garantida! :D

2 comentários:

  1. Adorei Panda!!!

    Ótimo Post, tem muito haver com a Filosofia de Bruce Lee empregada no seu estilo Jet Kune Do (com trechos da mesma narrada em síntese no ínicio de seu filme Operação Dragão). Há até uma frase em que ele compara a Mente a uma Xícara de Chá.

    "Esvazie sua xícara primeiro, só então você poderá provar meu chá. Afinal de contas a utilidade da xícara está em poder esvaziar-se. Abra sua mente para receber novas idéias."
    - Bruce Lee

    Mandou bem Jovem "PANDAwan"

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  2. OPa!
    Excelente complementação mano! ;D
    Vlw!! ^^

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